Desde o alvorecer da humanidade, nas antigas sociedades animistas e xamânicas, o ser humano busca compreender o mistério de sua própria existência. Guiados por nossas almas, somos chamados a explorar o interior e o exterior — a mente, o coração, os elementos e os outros seres com quem compartilhamos a vida.
Esse impulso de autoconhecimento é o chamado do espírito, o eco eterno da pergunta: quem somos e por que existimos?
A jornada da alma é feita de ciclos — descobertas, aprendizados, mortes e renascimentos.
E, a cada virada de estação, a Terra nos convida a uma pausa, um respiro sagrado, para refletir sobre a forma como estamos conduzindo nossas vidas.
Mesmo sem perceber, somos parte de um movimento cósmico de transformação, que pulsa em nós e ao nosso redor, independente de crença, religião ou cultura.
O outono marca o início de um novo ciclo. É o tempo em que as folhas caem, mostrando que a beleza também existe no deixar ir.
É o momento de abandonar o que já cumpriu seu papel — padrões, dores, relações, hábitos. A colheita é feita, os frutos amadurecem, e a Terra se prepara para o recolhimento.
Assim também somos convidados a liberar o que pesa e agradecer o que foi vivido.
O inverno é a noite da alma. A Terra repousa sob o manto frio, e nós somos chamados a voltar o olhar para dentro.
É tempo de introspecção, de recolhimento e de reencontro com a própria sombra.
No silêncio e na quietude, germinam as sementes do que ainda está por vir.
É o período de renovar a força interior, de sonhar o novo antes que ele floresça.
A primavera é o renascer da esperança.
A seiva sobe, o perfume se espalha, o coração desperta.
É o tempo do florescimento da alma, de abrir-se para o amor, para a beleza e para o novo que deseja nascer em nós.
Assim como a natureza se veste de cores, somos convidados a expressar nossa autenticidade, criar, sorrir e celebrar a vida.
O verão é o auge do ciclo solar, o tempo da abundância e da expansão.
O Sol brilha forte, trazendo clareza, vitalidade e alegria.
É a estação do fogo interno, do amor e da celebração.
Momento de olhar para tudo o que foi semeado e reconhecer o caminho percorrido, planejando com sabedoria o que desejamos construir no novo ciclo que se aproxima.
É o tempo de honrar a jornada e agradecer a luz que habita em nós.