Sthan Xanniã Tehuantepeltl

Fogo Sagrado de Itzachilatlan de São Paulo

Cavalgada de Conexão

O chamado do coração selvagem

Partimos das planícies abertas, onde o vento sussurra histórias antigas e os cavalos caminham com a calma dos que conhecem o caminho.

Guiados por sua serenidade e sabedoria instintiva, seguimos rumo às montanhas — colossais guardiãs de pedra que se erguem ao nosso redor como testemunhas do tempo e do espírito.

Enquanto avançamos por trilhas antigas, a respiração dos cavalos se mistura à nossa. Sentimos o coração pulsar no mesmo ritmo da Terra. As montanhas emanam uma energia profunda, uma força silenciosa que se funde à nossa essência, lembrando-nos que também somos parte do mesmo corpo sagrado da criação.

Às margens dos rios cristalinos, fazemos uma pausa.

O som da água correndo entre as pedras é um convite à introspecção — uma canção que fala da fluidez, da entrega, da vida que nunca para. Sentados em círculo, entregamo-nos à meditação guiada, permitindo que a pureza do ambiente e a energia da água lavem o corpo e a alma.

Nesse instante, cada respiração se torna um ato de cura, cada silêncio, uma prece.

No coração da jornada, encontramos o local sagrado — um espaço consagrado pelo tempo, onde a natureza revela sua presença mais viva.

Sob a condução de Sthan Xanniã Tehuantepeltl, somos guiados em práticas xamânicas ancestrais, invocando os espíritos da floresta, das montanhas, das águas e dos ventos.

Cantamos, rezamos e dançamos em comunhão com as forças da natureza, honrando os elementos que sustentam toda forma de vida.

À noite, o fogo é aceso.

Sob o manto estrelado do céu, as chamas iluminam rostos e corações.

Compartilhamos histórias, risos e silêncios — e, juntos, reconhecemos que a verdadeira jornada não é apenas pelos caminhos da terra, mas pelas sendas do espírito.

Ali, entre faíscas e constelações, os laços se fortalecem.

Cavaleiros e guias espirituais se tornam um só círculo de luz, unidos pela presença dos cavalos e pela sabedoria da Terra.

Para além da cavalgada

O cavalo é mais do que um companheiro de viagem.
É um animal de poder reconhecido por tradições antigas e mitologias de diversas culturas.
Ele simboliza o elo entre o humano e o divino, entre a liberdade do espírito e a força da matéria.

Força e Determinação
O cavalo representa a força física e espiritual necessária para atravessar os desertos e montanhas da existência.
Seu galope firme inspira coragem, resiliência e foco — a energia que nos impulsiona a seguir, mesmo quando os ventos sopram contra.

Liberdade e Independência
Ser de espírito selvagem e alma livre, o cavalo nos ensina a viver com autenticidade.
Ele nos convida a romper amarras e seguir o chamado interior, lembrando que a verdadeira liberdade nasce de dentro.

Intuição e Sensibilidade
Altamente perceptivo, o cavalo sente o invisível.
Capta as emoções humanas e as vibrações sutis do ambiente.
Por isso, é um espelho da alma — ensina-nos a confiar na intuição, a escutar com o coração e a caminhar com leveza.

Ligação com a Natureza
O cavalo vive em perfeita harmonia com os elementos.
Sua presença desperta em nós o respeito pelos ciclos naturais e o desejo de reconectar-se com o mundo vivo.
Ele é um mensageiro da Mãe Terra, lembrando-nos que somos parte da teia sagrada da vida.

Parceria e Companheirismo
Desde tempos imemoriais, o cavalo tem sido companheiro leal do ser humano.
Em sua presença aprendemos o valor da confiança, da entrega e da reciprocidade — qualidades que também sustentam os vínculos espirituais.

Transformação e Renovação
O cavalo carrega em seu galope a energia da mudança.
Seu ciclo de vida reflete o nosso: nascimento, crescimento, amadurecimento e libertação.
Montar um cavalo é, simbolicamente, montar o próprio destino — abraçar a transformação com coragem e humildade.